A expressão, segundo o dicionário popular, é usada no sentido de tentar ocultar algo com medidas temporárias, parcialmente eficientes ou ineficientes.
Nada retrata melhor a atuação do Governo do Estado no “enfrentamento” da pandemia, do que o abre e fecha do comércio e as bandeirinhas colorindo o mapa de São Paulo.
Esta é a resposta fácil que o Governo Paulista apresenta à sociedade para mostrar alguma atitude séria de sua parte, que, na realidade, hoje se resume na produção de vacinas pelo Butantã.
O Governo do Estado não enfrenta o problema que aflige a todos e que é de sua competência: a falta de leitos e especialmente de vagas nas UTIs, reconhecidamente crônico antes mesmo da pandemia.
A única promessa cumprida, aparentemente, é a de que o município que não acatasse suas determinações iria para o fim da fila, como Bauru foi na distribuição das vacinas.
Ora, se é esse o problema, a solução é o Estado investir e disponibilizar mais leitos hospitalares para este momento crítico, cumprindo promessas anteriores e não simplesmente fechar o comércio de rua ou os shoppings.
O comércio de Bauru, reconhecidamente, cumpre os sucessivos decretos municipais e não é fonte de aglomerações.
O Sincomércio dá suporte às políticas públicas de enfrentamento da Covid desde o início da pandemia.
Enfrentar o problema em nossa cidade significa adequar a rede de saúde às necessidades atuais e à evolução da pandemia, previsível desde o seu início, há mais de 10 meses.
Está nas mãos do governador a solução. Basta reabrir o Hospital Manoel de Abreu, fechado desde de 2016, e instalar o Hospital das Clínicas no prédio da USP, disponível e subutilizado há mais de 10 anos.
Já se divulga a expectativa de que Bauru passe para a fase vermelha na reavaliação anunciada para sexta-feira próxima, com restrição ainda maior no horário de atendimento das empresas comerciais.
Correto o raciocínio da prefeita Suellen de que reduzir o horário de atendimento aumenta as aglomerações no comércio e penaliza ainda mais as empresas de nossa cidade, já fragilizadas pelos 96 dias em que foram obrigadas a ficar fechadas no ano passado.
É necessária a fiscalização efetiva daqueles que descumprem o decreto, colocando em risco a saúde pública, para que, mais uma vez, a maioria absoluta dos empresários que cumprem a legislação não sejam penalizados.
O que esperamos é que a Prefeitura mantenha a atitude corajosa de adotar medidas adequadas a nossa cidade e que resista a tapar o sol com a peneira, acompanhando o que faz o Governo do Estado.
Walace Garroux Sampaio
Presidente Sincomércio Bauru e Região