O agravamento da pandemia em São Paulo era previsível. A segunda onda foi anunciada há mais de 60 dias e, enquanto o sistema de saúde mostra sua incapacidade em atender a população, vem o governador, mais uma vez, com seu discurso fácil, falso e enganoso.
Nesse momento, deixo de lado a presidência do Sincomércio para falar como cidadão paulista que sou e que está indignado pela fala de seu governador, que joga toda a culpa no Governo Federal, na população e nos jovens e, indiretamente, nas empresas pela crise que vivemos.
Todos temos nossa parcela de responsabilidade. Porém, o problema real está na saúde pública, que tem como maior responsável o governador de São Paulo, em nosso Estado.
Fosse honesto, faria a autocritica pela falta de investimento na saúde para enfrentamento de fatos que já eram previstos desde início da pandemia.
Em Bauru por exemplo, não foram acrescentados leitos de UTI à rede pública nesse período.
Tão somente 40 leitos de enfermaria foram criados naquele que será um dia Hospital das Clinicas, número esse que já foi reduzido pela metade.
Passados mais de 10 meses do surgimento do vírus entre nós, não houve qualquer avanço considerável no número de leitos disponíveis no interior do Estado, ocorrendo apenas remanejamentos para atendimento especializado das vagas destinadas a outras patologias.
Notória a deficiência da rede hospitalar, mesmo antes desta crise perversa.
Enquanto o governador continuar sendo o falso líder messiânico, salvador de vidas, que maltrata a ciência e não enfrenta os verdadeiros problemas, vamos conviver com os sobressaltos da evolução do vírus.
Sua crítica fácil às aglomerações promovidas por nossos jovens é consequências da falta da presença deles nas escolas, que já completam um ano fechadas, onde seriam orientados e treinados continuamente para não se exporem.
Faltou coragem para tomar as medidas necessárias ao longo do ano, acomodando-se o Governo Estadual ao discurso fácil do abre e fecha inconsequente da economia.
Fica aqui o apelo: vamos evitar aglomerações em qualquer lugar.
Agora volto a ser presidente do Sincomércio e, com essa responsabilidade, vamos lutar em todas as frentes para que as empresas que sobreviveram aos desvarios do Governo Estadual no ano passado, tenham condições de continuar existindo, dando sua contribuição à luta contra o vírus e mantendo os empregos que restaram.
HC Bauru Já – a luta continua!
Walace Garroux Sampaio
Presidente Sincomércio Bauru e Região
Foto: Gabriel Trevisan/Ansa Brasil
